27 março 2015

Balonismo - o prazer de voar

Da redação. Pesquisa:
MARCOS GIMENES SALUN
msalun@uol.com.br 




BALONISMO: O PRAZER DE VOAR


O balonismo é considerado um desporto bastante seguro e possibilita a realização de um dos sonhos mais antigos e procurados pelo homem: voar! Os motivos desta segurança estão na vistoria periódica dos equipamentos de um balão e na autorização de voo apenas para aqueles que possuem o certificado de piloto de balão fornecido por autoridade aeronáutica. Independentemente da modalidade do balonismo que seja praticada, pilotar um balão não é uma tarefa fácil. O praticante de ter experiência, coragem e muita responsabilidade, uma vez que só é possível controlar a subida e a descida do balão. A atmosfera é formada por várias camadas de ar que se movimentam em diversas direções e como não é possível mudar a direção do balão para o lado esquerdo ou direito, o piloto pode subir e descer de altitude, procurando as diferentes camadas de ar para que o balão mude de trajetória. Dessa forma, a velocidade e a direção de deslocamento do balão ficam à mercê do vento e isso faz com que o voo seja o mais puro e agradável possível.Para todos os praticantes, voar de balão é uma sensação de liberdade fantástica! 

Para ter o máximo prazer num voo de balão, o praticante deve conhecer todos os equipamentos do balonismo. Claro que quem for apenas fazer um passeio tendo no comando um piloto habilitado saberá que ele cuidará das perfeitas condições do balão antes de voar. Mas é interessante saber quais são os equipamentos utilizados no balonismo.

O CESTO
É o local onde os passageiros permanecem durante o voo. No seu interior encontram-se os botijões de gás propano que aquecem o ar interior do balão e que, consequentemente, o levam à subida. A capacidade de pessoas a bordo, além do piloto, dependerá do tamanho do cesto e do balão. É feito de vime trançado por ser um material leve, flexível e de fácil manutenção.

O ENVELOPE
Denomina-se envelope a parte de tecido que mantém o ar quente e é isso que permite que o balão flutue. O material mais utilizado na confeção do envelope é o Nylon Rip Stop, o polyester e outros tecidos que podem ser pontualmente utilizados. O envelope chama a atenção pelas suas proporções (geralmente as pessoas apelidam de balão ao tecido que o compõe) e junto ao cesto forma-se a boca que vai permitir queimar o ar. Nesta zona, dada a proximidade do fogo, utiliza-se um material chamado Nomex, utilizado também nos carros de competição e nas fardas dos bombeiros devido às suas propriedades resistentes e anti-inflamáveis.

MAÇARICO
Posicionado acima da cabeça dos passageiros, o maçarico produz uma enorme chama para aquecer o ar dentro do envelope. A chama do maçarico provém dos botijões de propano que se encontram previamente instaladas no cesto do balão. O aquecimento do ar interior do envelope permite a subida do balão, assim como o arrefecimento possibilita a descida;


VENTILADOR
No momento de se montar o balão, o ventilador é um equipamento de extrema importância, na medida em que ajuda a insuflar o ar do envelope.

AS CORDAS
São três as cordas obrigatórias de um balão: a corda da coroa, a de cativo e a de segurança. A corda da coroa encontra-se no topo do balão e é utilizada para garantir-lhe a estabilidade. Quanto às cordas de cativo, estas são utilizadas para amarrar o balão e permitem deixá-lo em exposição e em segurança numa demonstração. No que diz respeito à corda de segurança, esta é usada em apenas algumas situações de pouso difícil; o piloto lança a corda para a equipe de resgate para que esta puxe o balão para um local mais adequado.

ALTÍMETRO, TERMÔMETRO E VARIÔMETRO
Estes três elementos oferecem uma série de informações complementares que fazem com que o voo seja perfeito. Com o altímetro é possível verificar a altitude a que o balão se encontra; o termômetro indica a temperatura que se encontra no interior do envelope e o variômetro mostra a velocidade de descida ou subida com que o balão transita.

O GPS
O GPS não auxilia apenas na condução de um automóvel; no balonismo tem também um papel fundamental, pois através dele um piloto estabelece as coordenadas exatas para obter a melhor rota.

CARTA TIPOGRÁFICA E BÚSSOLA
O GPS veio de certa forma, fazer com que a carta tipográfica e a bússola caíssem em desuso. Contudo, os amantes da modalidade consideram que estes dois elementos são muito importantes na caracterização do balonismo, na medida em que lhes atribui um toque mais rudimentar e natural.

O RÁDIO AERONÁUTICO
O rádio aeronáutico é um elemento muito importante no balonismo porque permite manter a comunicação entre o balão e o posto de controle ou a equipe de terra.

A prática do balonismo é uma atividade envolvente e inesquecível, que transmite uma sensação única de tranquilidade, leveza e encantamento. Para aproveitar ao máximo todos os momentos especiais que só um passeio de balão de ar quente pode proporcionar, e assim apreciar a vista e as paisagens sem qualquer incômodo, é importante usar roupa e acessórios adequados. É o que veremos a seguir.



O que vestir num passeio de balão de ar quente?
Apesar de o balonismo não requerer um vestuário específico, a verdade é que existem algumas dicas que podem auxiliar na escolha do vestuário e dos acessórios mais apropriados para um passeio de balão de ar quente, deixando os praticantes livres e confortáveis para desfrutar desta experiência magnífica.

Um dos fatores mais importantes no momento de escolher uma roupa para a prática de balonismo deve ser o conforto. É importante ter em mente que se trata efetivamente de uma atividade desportiva e, como tal, exige que a pessoa esteja confortável e à vontade, para poder aproveitar ao máximo esta aventura no céu.

Uma boa dica é optar por um tipo de roupa semelhante ao que seria usado numa caminhada – até porque uma vez que os balões de ar quente tendem a voar em áreas remotas e rurais, é aconselhável usar roupas resistentes, duráveis e apropriadas para o ar livre.

É fundamental saber quais as condições meteorológicas e temperaturas previstas para esse dia, tendo em conta a hora de partida, a hora do voo e a hora de aterrisagem. É importante que a temperatura do corpo permaneça equilibrada, sem sentir muito frio ou muito calor. Independentemente da estação do ano, o uso de calças compridas é recomendado, uma vez que são peças úteis para proteger as pernas dos arbustos e eventuais irregularidades do terreno no local de pouso.


Ainda que muitas vezes não pareça necessário, dependendo da época do ano, do horário e da duração do passeio, levar uma casaco ou parka pode ser uma boa ideia. Isto porque a temperatura diminui bastante no início da manhã e no final da tarde, fazendo com que o frio possa interferir e diminuir o prazer da aventura.

Um vestuário em camadas é certamente uma das melhores maneiras de garantir o conforto, pois, dessa forma é possível acrescentar ou remover peças de roupa conforme a necessidade, assegurando assim que estará preparado para qualquer variação de temperatura que possa ocorrer.

Ainda que a pessoa permaneça no balão de ar quente durante todo o passeio, os percursos que são necessários percorrer até o local da partida e após a aterragem, são normalmente feitos em terreno aberto, cercados de vegetação e solo irregular. Dessa forma, o mais recomendado para esse tipo de prática é que sejam escolhidos sapatos fechados, resistentes e confortáveis, caso de sapatilhas, botas sem salto, ou os modelos desportivos destinados para caminhadas.

O uso de alguns acessórios como óculos de sol para proteger os olhos do vento e da claridade excessiva, e de um chapéu que proteja a cabeça, quer do frio, quer do calor, também podem contribuir para o conforto de quem vai participar num passeio de balão de ar quente. Dependendo das condições meteorológicas e das temperaturas previstas para o dia do balonismo, um cachecol e um par de luvas também podem ser úteis


Um pouco da história do balonismo

A primeira demonstração de um objeto voador foi feita pelo brasileiro Padre Bartholomeu de Gusmão, que em 1709 com apenas 23 anos demonstrou ao rei João V de Portugal um balão que subiu cerca de 04 metros, mas se incendiou. Infelizmente, este seu projeto perdeu a credibilidade devido ao fato de o balão chocar-se com o teto, provocando correria e perdendo assim a chance de ser reconhecido como o Pai dos Balões. Antes dele a teoria mais aceita é a de que os índios Nazca do Peru teriam feito um balão com fibras vegetais existentes naquela região, e que teriam sobrevoado o deserto de Nazca. 

O surgimento oficial do balão remonta ao ano 1783, na França, onde dois irmãos Etienne e Joseph Montgolfier realizaram um teste com balão. Este balão levou a bordo alguns animais que retornaram ao solo em perfeitas condições assistidos pelo rei Luiz XVI e por toda a população parisiense da época. No mesmo ano, o professor J.A.Charles voava por duas horas e meia a uma altura de mais de 250 metros, por cerca de 40 km, um balão de gás hidrogênio. Em 1785 um balão atravessava o Canal da Mancha com um francês e um americano a bordo. Oito anos depois o francês Jean Pierre Blanchard voou pela primeira vez de balão em território americano. Foi na Filadélfia na presença de George Washington. Nas guerras os balões tiveram muitos usos em inúmeros países, mas foi longe das guerras que outros brasileiros se sobressaíram no desenvolvimento deles. Em 1884, o paraense Júlio Cezar Ribeiro de Souza patenteou em Paris o dirigível Victória que voou contra o vento e em linha reta. Júlio trouxe seus inventos para o Brasil, mas aqui não conseguiu levantar voo com eles. Em 1893 Augusto Severo de Albuquerque Maranhão construiu em Paris um dirigível com o nome de “Bartholomeu de Gusmão” que trazido para o Brasil conseguiu fazer diversas manobras experimentais.


Finalmente, veio o Santos Dumont, que com seu aprendizado de construção de aeronaves fez vários dirigíveis, até que acabou de construir uma aeronave mais pesada que o ar. A construção por Dumont de um balão de 186 metros quadrados com hélice serviu de base para o famoso 14 BIS. Em 1998 faz exatamente 100 anos que Santos Dumont fez o primeiro voo com o balão que batizou de “Brasil”. Veio aí a época dos voos comerciais de dirigíveis Zeppelin que transportaram cerca de 10.000 pessoas em 1.600 voos.

Foi em 1953 que o americano Ed Yost inventou o moderno balão movido a ar quente. Neste ano construiu um balão 230 metros cúbicos que voasse com o auxílio de um maçarico. O primeiro voo livre foi realizado em 1960 com um balão de 800 metros cúbicos cujo ar era aquecido pelo fogo alimentado pelo gás propano. A partir daí começa o balonismo como esporte. O Canal da Mancha foi atravessado pela primeira vez com um balão a ar quente em 1963. Com a introdução do balão na Europa, no mesmo ano é realizado o primeiro campeonato de balonismo. A partir de 1973, com a realização do primeiro campeonato mundial, o balonismo volta a crescer em todo o planeta. 

O Brasil viu o esporte nascer com Victorio Truffi que em 1970 fez o seu primeiro voo na cidade de Araraquara, SP. O esporte balonismo se regulamentou definitivamente em 1987 quando da Fundação da Associação Brasileira de Balonismo, que realizou o seu primeiro campeonato brasileiro em 1988.

Atualmente, existem no mundo cerca de 15.000 balões. Onze mil estão nos Estados Unidos da América, 1.200 na França, 1.500 na Inglaterra e o restante espalhado pelo mundo. O Brasil tem cerca de 140 pilotos com aproximadamente 200 balões.
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