Por que eu gosto tanto dessa data? Seu significado aliou-se a uma festa
de união e muitas lembranças:
Minha avó foi a primeira pessoa a me explicar o significado de cada
personagem do presépio quando aprendi a falar e a começar a entender o mundo ao
redor.
Depois conheci a figura do Papai Noel e lembro de um 25 de dezembro
(quando eu tinha uns cinco anos) em que fui mostrar ao meu avô os presentes que
a figura lendária tinha me dado e eu vi o meu avô responder que "esse
Papai Noel é um camarada muito bom" e eu observava curiosa o tanto que ele
ria, sem entender.
Crescendo mais um pouco, percebi que o período do advento coincidia com
o início das minhas férias escolares que começavam no final de novembro e
duravam até fevereiro.
Chegava o final de novembro junto com a alegria de passar de ano no
colégio e começava a alegria de enfeitar as casas (a nossa e a de meus avós).
Chegava do colégio com o boletim e já pedia pra tirarem a árvore de natal e os
enfeites guardados em um quarto vazio no primeiro andar. Eu gostava das músicas
de natal, dos enfeites, das luzes, dos comerciais da TV (lembro de vários deles
até hoje!). O advento era um período alegre, de expectativas. Na véspera de
natal, a desculpa pra me convencer a dormir cedo sem reclamar era dizer que o
Papai Noel não entrava pela janela pra deixar os presentes se soubesse que eu
estava acordada, e ele sabia tudo. O dia seguinte era o dia de curtir os
presentes, sabendo que ainda tinha muito tempo de férias pela frente.
No colégio, com sete anos de idade, lembro que houve uma controvérsia
porque algumas crianças começaram a dizer que Papai Noel não existia e outras
protestaram que ele existia, sim. Eu era uma das que acreditavam e teimavam que
existia. A polêmica só terminou quando a professora, vendo que algumas crianças
ainda acreditavam, resolveu falar: "Que é isso, ele existe, sim."
Deixar de acreditar em Papai Noel foi tranquilo pra mim porque eu já
desconfiava. Perguntei à minha mãe, ela confirmou que os presentes eram
comprados pelos pais das crianças, e eu achei graça.
Com nove anos, lembro que a professora mandou a gente fazer uma redação
explicando o significado do natal. Ouvi quando ela chamou a atenção de uma das
meninas: "Como? Natal pra você é só isso? Dia de ganhar presentes?"
Um mico!
Lembro também das lembrancinhas que eu aprendia a fazer no colégio e
fazia mais em casa. Velas feitas de canudos, bolas, laços, em um pratinho de
bolo de papel.
Com dez anos, decidi que devíamos encomendar uma fantasia de Papai Noel
pra animar a festa lá em casa e alegrar as crianças menores que ainda
acreditavam no velhinho. Geralmente era meu avô o ator, mas meu tio às vezes
fazia questão do papel.
Quando meus pais compraram uma casa grande e espaçosa (eu tinha nove
anos), o natal da família inteira (irmãos, avós, tios, tios-avós, primos, de
todos os lados da família, lado materno, lado paterno, de todas as faixas
etárias, crianças, adolescentes, adultos, idosos, família que morava por aqui e
outros que vinham de longe para as festas, e também amigos mais próximos, até
vizinhos e colegas de colégio que eu convidava), era na nossa casa, uma
megafesta que minha mãe preparava com um capricho inimaginável, docinhos e
salgadinhos, ceia completa que nenhum buffet
faria igual, música ao vivo (violão e voz), uma festa que começava no
finalzinho da tarde e terminava na manhã do dia seguinte. Essa rotina de
megafestas de natal se repetiu da minha infância até a vida adulta, já na
faculdade, quando as comemorações se tornaram mais íntimas porque em um
apartamento não dá pra fazer festas daquela magnitude. Mas o encanto dos
presépios, das músicas, da decoração, e da união familiar permanece até hoje.
FELIZ NATAL!
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Por:
LAURIJANE PANTALEÃO ALENCAR
Médica - Maceió - AL
Via Facebook
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