05 dezembro 2018

NATAIS


Por que eu gosto tanto dessa data? Seu significado aliou-se a uma festa de união e muitas lembranças: 

Minha avó foi a primeira pessoa a me explicar o significado de cada personagem do presépio quando aprendi a falar e a começar a entender o mundo ao redor. 

Depois conheci a figura do Papai Noel e lembro de um 25 de dezembro (quando eu tinha uns cinco anos) em que fui mostrar ao meu avô os presentes que a figura lendária tinha me dado e eu vi o meu avô responder que "esse Papai Noel é um camarada muito bom" e eu observava curiosa o tanto que ele ria, sem entender. 

Crescendo mais um pouco, percebi que o período do advento coincidia com o início das minhas férias escolares que começavam no final de novembro e duravam até fevereiro.

Chegava o final de novembro junto com a alegria de passar de ano no colégio e começava a alegria de enfeitar as casas (a nossa e a de meus avós). Chegava do colégio com o boletim e já pedia pra tirarem a árvore de natal e os enfeites guardados em um quarto vazio no primeiro andar. Eu gostava das músicas de natal, dos enfeites, das luzes, dos comerciais da TV (lembro de vários deles até hoje!). O advento era um período alegre, de expectativas. Na véspera de natal, a desculpa pra me convencer a dormir cedo sem reclamar era dizer que o Papai Noel não entrava pela janela pra deixar os presentes se soubesse que eu estava acordada, e ele sabia tudo. O dia seguinte era o dia de curtir os presentes, sabendo que ainda tinha muito tempo de férias pela frente. 

No colégio, com sete anos de idade, lembro que houve uma controvérsia porque algumas crianças começaram a dizer que Papai Noel não existia e outras protestaram que ele existia, sim. Eu era uma das que acreditavam e teimavam que existia. A polêmica só terminou quando a professora, vendo que algumas crianças ainda acreditavam, resolveu falar: "Que é isso, ele existe, sim."

Deixar de acreditar em Papai Noel foi tranquilo pra mim porque eu já desconfiava. Perguntei à minha mãe, ela confirmou que os presentes eram comprados pelos pais das crianças, e eu achei graça. 

Com nove anos, lembro que a professora mandou a gente fazer uma redação explicando o significado do natal. Ouvi quando ela chamou a atenção de uma das meninas: "Como? Natal pra você é só isso? Dia de ganhar presentes?" Um mico!

Lembro também das lembrancinhas que eu aprendia a fazer no colégio e fazia mais em casa. Velas feitas de canudos, bolas, laços, em um pratinho de bolo de papel. 

Com dez anos, decidi que devíamos encomendar uma fantasia de Papai Noel pra animar a festa lá em casa e alegrar as crianças menores que ainda acreditavam no velhinho. Geralmente era meu avô o ator, mas meu tio às vezes fazia questão do papel. 

Quando meus pais compraram uma casa grande e espaçosa (eu tinha nove anos), o natal da família inteira (irmãos, avós, tios, tios-avós, primos, de todos os lados da família, lado materno, lado paterno, de todas as faixas etárias, crianças, adolescentes, adultos, idosos, família que morava por aqui e outros que vinham de longe para as festas, e também amigos mais próximos, até vizinhos e colegas de colégio que eu convidava), era na nossa casa, uma megafesta que minha mãe preparava com um capricho inimaginável, docinhos e salgadinhos, ceia completa que nenhum buffet faria igual, música ao vivo (violão e voz), uma festa que começava no finalzinho da tarde e terminava na manhã do dia seguinte. Essa rotina de megafestas de natal se repetiu da minha infância até a vida adulta, já na faculdade, quando as comemorações se tornaram mais íntimas porque em um apartamento não dá pra fazer festas daquela magnitude. Mas o encanto dos presépios, das músicas, da decoração, e da união familiar permanece até hoje.


FELIZ NATAL!
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Por: 
LAURIJANE PANTALEÃO ALENCAR
Médica - Maceió - AL


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