29 dezembro 2014

O melhor presente

Por:
ALESSANDRA LELES ROCHA
Professora, Bióloga e Escritora
Uberlândia - MG
alessandralelesrocha@hotmail.com








O melhor presente

Independentemente de qual seja a profissão de fé do indivíduo, o mundo se vê às voltas de mais um Natal e a época é perfeita para grandes e profundas reflexões; afinal, por detrás da simbologia cristã do nascimento do Salvador, encontra-se a maior de todas as lições: o amor.

Natal é exatamente isso, amar! Diante das idas e vindas, das vitórias e fracassos, dos encontros e desencontros, das uniões e rupturas, o que nos move em maior ou menor intensidade é o amor. Seja pelas pessoas, pelos sonhos, pelo trabalho, pela vida, enfim… é essa força invisível e mística que nos compele a sairmos de nossos casulos e sermos gente de carne, osso, defeitos e qualidades mil.

E depois de mais um ciclo de trezentos e sessenta e cinco dias não há como não enxergar as transformações ocorridas, as metamorfoses enigmáticas que nos arrebataram o corpo e a alma, e parar para um balanço; ainda, que o mundo pareça fervilhar a multidão de viventes entre os preparativos para os acontecimentos festivos do fim de ano. Por fora é isso mesmo; mas, por dentro o pensamento divaga, desacelera e se permite um pouco de sensibilidade à flor da pele.

Hora de pensar na vastidão do coletivo, nos nossos valores humanos, nos rumos do planeta, nas nossas expectativas,… hora de realmente pensar e apesar de todos os apelos consumistas e materialistas, de repente nos perguntamos então, qual é o melhor presente de Natal? A pergunta não impõe resposta certa ou errada, nem tampouco é excludente; apenas nos indaga sobre qual a nossa posição sobre o melhor.

É! O melhor deveria ser aquilo que nos completa em todos os sentidos, que não vai perder a importância mediante os modismos, que nos trará para bem perto daquilo que se chama “felicidade”, que não precisa de papel de presente e nem cartão, que não cabe nas mãos e extrapola a alma, que não será entregue pelo “Papai Noel” e nem será deixado sob a árvore decorada, que não será comprado em dinheiro e nem parcelado no cartão de crédito.

Tão simples e ao mesmo tempo tão complexo! De repente o melhor presente está dentro de cada um de nós e para desfrutá-lo basta apenas a nossa disposição em SER. Vivemos em um mundo que mistura o real e o virtual, que impõe regras perversas e inquisidoras, que fomenta a intolerância e a discórdia, que ensina a diminuir o outro para se ver enaltecido, que rotula, que segrega, que oprime, que maltrata até adoecer o individuo… e depois presenteia e comemora o Natal.

O melhor presente está no amor, esse sentimento universal. O amor que respeita as diferenças, que se desdobra em laços singulares de afeto, que colore, que dá vida, que renasce a esperança, que desenha a fraternidade, que supera as ideologias, que ultrapassa os muros e esgarça as fronteiras.  O melhor presente é a mão estendida, é o afago na hora da dor, o silêncio reconfortante, a presença ainda que ausente, a parceria, o diálogo,… e muito mais que brota desse amor.

Na incompletude humana, estamos sempre em busca de nos satisfazermos material, afetiva, socialmente. Por isso, tantos presentes para aplacar a nossa tristeza, a nossa angústia, a nossa inquietude etc. etc. etc. Natais e mais Natais sucedidos dos mesmos ritos, das mesmas festas, para no fim das contas nos darmos conta de não termos recebido o melhor presente. Não adianta esperarmos passivamente o melhor presente através do mundo; o mundo somos nós e é de cada individuo que o melhor presente virá. Isso não é sonho, nem utopia; mas, uma verdade inconteste que se comprova em cada lugar onde o índice de felicidade já foi avaliado pela Organização das Nações Unidas. Então, a hora é agora; aproveite o Natal e assuma o compromisso consigo mesmo de parar de se contentar com quaisquer presentes e busque pelo melhor. Feliz Natal para você!

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